Por que o rio Pinheiros é um berço de pernilongos
A saga dos pernilongos no rio Pinheiros em São Paulo transcende gerações. Toda vez que o clima fica quente por um longo período e com poucas chuvas, somado à falta de manutenção nas águas e nas margens do rio, os pernilongos encontram ambiente propício para aumentar sua população.
O conhecido 'boom' de mosquitos no rio Pinheiros é desencadeado inicialmente pela estrutura de 'jangada' formada pela justaposição de seus ovos. Essa estrutura de canoa favorece a conservação e o desenvolvimento dos ovos ao boiar sobre a lâmina de superfície das águas paradas do rio . Com a ausência de chuvas esta lâmina fica ainda mais espessa e a água sem nenhum movimento. Também a vegetação de macrófitas que cresce sobre a água ajuda na proteção tanto das jangadas de ovos como das fases de larvas.
O conhecido 'boom' de mosquitos no rio Pinheiros é desencadeado inicialmente pela estrutura de 'jangada' formada pela justaposição de seus ovos. Essa estrutura de canoa favorece a conservação e o desenvolvimento dos ovos ao boiar sobre a lâmina de superfície das águas paradas do rio . Com a ausência de chuvas esta lâmina fica ainda mais espessa e a água sem nenhum movimento. Também a vegetação de macrófitas que cresce sobre a água ajuda na proteção tanto das jangadas de ovos como das fases de larvas.

Estágios de vida do Cx. quinquefasciatus . A Jangada de ovos. Larva BC Pupa. D Macho em alimentação de açúcar. E Fêmea adulta. Fotos: Sirlei
No verão as águas ficam mais quentes e as larvas que são aquáticas têm mais energia e alimento para sua sobrevivência junto ao sobrenadante. Também o crescimento robusto às margens do rio proporciona sombra e abrigo para as fases aladas, isto é, para o mosquito adulto após sua metamorfose . A vegetação nas margens do rio também fornece alimento para os mosquitos, pois os adultos se alimentam do néctar que corre no sistema venoso das plantas. Assim, quanto mais robusto o vegetação, mais alimento e energia para os bichanos.
O maior problema do rio Pinheiros é a questão do pouco movimento de suas águas , pois as extremidades do rio estão bloqueadas de modo a controlar a passagem da água. Isso impossibilita a aeração e a conseqüente regeneração de suas águas. Sem contar a questão do despejo de águas residuárias ao longo do canal, tornando-o muito poluído, anaeróbio e sem vida, ou seja, não há predadores para as larvas do mosquito.
Como controlar
O controle do mosquito Culex , o pernilongo, é mais eficaz quando são incluídas ações de manejo ambiental. Isso é feito com a limpeza tanto das macrófitas na superfície da água do rio como do vegetação marginal. Essa ação mecânica, mais chuvas constantes sobremaneira para mover e limpar a lâmina superficial da água, desestruturando as adaptações que o mosquito adquiriu para o crescimento das suas fases imaturas. Bem como quebrar a disponibilidade de alimentação e abrigo sobre a vegetação marginal nos adultos.
A aplicação de produtos larvicidas na água e de adulticidas nas margens do canal do rio pode ser realizada, porém com cautela. Pois o uso constante de inseticidas de qualquer princípio ativo induz à resistência na população de mosquitos. E, no caso de infestação por alguma falha no programa de controle, o uso incluído desses produtos pode levar à impossibilidade de uma infecção
imediata em uma população resistente. Além disso, a água do rio Pinheiros é tão poluída que os produtos larvicidas podem não ter o efeito esperado após sua aplicação. Sem contar o acúmulo de substâncias sintéticas de alto peso molecular (comumente alergênicas) poluindo ainda mais a vegetação as margens do rio em pleno meio urbano.
Nesse Rio, não há nenhum peixe que pudesse ser predador das larvas dos mosquitos não? Eu acredito que existem especies que poderiam se adaptar a esse local.
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